quarta-feira, 25 de abril de 2012

ipatinga / USIMINAS






André Esteves, o banqueiro que está chegando à bolsa
SÃO PAULO - Carioca. Banqueiro. 43 anos. Um dos dez homens mais ricos do Brasil, com uma fortuna estimada em US$ 3 billhões. André Esteves, o dono do Banco BTG Pactual, com valor em torno de U$ 15 bilhões, está prestes a dar uma martelada importante para seus negócios: a chegada à BM&FBovespa.
Workholic reconhecido, Esteves chega à sede do banco, em São Paulo, às 8h00 e sai somente por volta das 22h00. O prazer pelo trabalho é tamanho que a sua semana começa no domingo à noite, quando muitas vezes se encontra com seus sócios para discutir os próximos passos para a semana.
Discreto com sua vida pessoal, esbanja agressividade em sua trajetória profissional. Não é ostentador, não está presente em badalações, não dirige carros de última moda, não frequenta diariamente caros restaurantes. Muitas vezes, o executivo almoça no próprio escritório. 
Nascido em família de classe média no Rio de Janeiro, Esteves formou-se em Matemática. Casado e pai, faz questão de levar seus filhos à escola, não toma bebida alcoólica. Comemora seus negócios com suco de laranja. Deve ter um estoque deles, afinal, não para de fechar negócios desde que entrou nessa área. 
De sócio a controlador
Em 2008, Esteves, Pérsio Arida (ex-presidente do Banco Central do Brasil) e alguns sócios do Banco Pactual decidiram criar o BTG. O banco já existia com outros nomes e atribuições distintas desde 1983, quando nasceu como um banco de investimentos.
Em 2009, em meio à crise econômica mundial, o BTG comprou o Pactual do UBS, para quem ele havia sido vendido três anos antes, por cerca de US$ 2,5 bilhões. O negócio era parte da estratégia para reduzir riscos do banco e fortalecer o capital, uma vez que o UBS foi bastante atingido pela crise. A partir de então, o banco passa a se chamar Banco BTG Pactual e tem Esteves como seu controlador.
Agressivo nos negócios, em 2010, Esteves fecha um acordo para aumentar o capital de seu banco em US$ 1,8 bilhão, com consórcios internacionais com investidores da Ásia, Oriente Médio, Europa e Américas.
Ele não parou por aí. Em 2011, passou a fazer fusões e aquisições e imprimir a sua marca. Segundo o ranking anual de fusões e aquisições da Thomson Reuters, o banco participou de 54 operações em 2011, somando cerca de US$ 24 bilhões.
Após o negócio firmado em fevereiro deste ano com o banco de investimentos chileno Celfin Capital, Esteves disse: " Queremos ser referência para qualquer empresa, investidor institucional ou pessoa física que tenha interesse ou negócios na América Latina”.
Das parcerias
Entre as participações em negócios, o BTG esteve envolvido na venda de 50,45% da Schincariol para a japonesa Kirin, em uma operação de R$ 4 bilhões; e na compra da fatia da Usiminas pela Ternium, no valor de R$ 5 bilhões.
Ainda participou da reorganização societária do Grupo Oi e da aquisição da AES Atimus pela TIM. Em setembro, promoveu a incorporação da WTorre pela BR Properties, da qual era o principal acionista.
Também comprou 37,6% do banco PanAmericano do grupo Silvio Santos, por R$ 450 milhões, e abriu capital de sua holding de farmácias Brazil Pharma, numa captação de R$ 465 milhões.
Não satisfeito em participar de todas essas operações e com uma grande inquietude, começou o ano de 2012 com a abertura de capital do BTG Pacutal em um IPO (Initial Public Offering) que pode movimentar até R$ 4,1 bilhões.
Gênio ou oportunista?
Esteves tem prazer em participar de fusões e aquisições, emprestar dinheiro e adquirir empresas. Predador ou empreendedor? Gênio ou oportunista? As opiniões sobre Esteves são divergentes. Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, avalia Esteves como um homem atento, bom ouvinte, rápido e perspicaz (alguém duvida?). Diniz fez uma parceria com ele na tentativa de uma fusão com a varejista francesa Carrefour.
Por outro lado, Esteves foi multado em € 350 mil pelas autoridades reguladoras do mercado acionário italiano por uso de informação privilegiada, ou insider trading, em operações realizadas há cinco anos.
O empresário também foi proibido pela Consob, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) italiana, de ocupar posições de direção em conselhos de empresas na Itália por seis meses e congelou € 4,2 milhões em ativos do empresário.
No momento da sentença, Esteves divulgou nota informando que a decisão ainda está sujeita a recurso na esfera administrativa e, pela sua natureza, não possui qualquer consequência criminal para o investigado. Reiterou que "isto não causa qualquer efeito adverso nas suas atividades", inclusive em sua capacidade de atuar em quaisquer das sociedades do grupo.
O aprendizBem avaliado por seus pares. Familiar. Discreto. Esteve foi trabalhar como analista de sistemas do então banco Pactual, de Luiz Cezar Fernandes e Paulo Guedes, aos 21 anos e por lá, aprendeu a ser competitivo e a conquistar territórios. Parece que aprendeu direitinho a lição, não é?

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