quarta-feira, 25 de abril de 2012
vale do aço / USIMINAS
Usiminas manterá empresas do grupoCompanhia afirma que subsidiárias não serão vendidas, apesar do prejuízo de R$ 37 milhões no primeiro trimestre
Para a surpresa dos analistas do setor siderúrgico que apostavam na alienação de ativos da Usiminas como parte da estratégia para reverter os resultados no vermelho da companhia, as empresas Soluções Usiminas, que atua na distribuição de aço, e Usiminas Mecânica, fabricante de máquinas e equipamentos, continuam sob controle da empresa de Ipatinga, no Vale do Aço mineiro. “Não temos planos de venda da Soluções, mas, sim, um trabalho de fortalecimento da subsidiária”, disse, ontem, o vice-presidente comercial da companhia, Sérgio Leite, durante teleconferência sobre o balanço do primeiro trimestre. A companhia amargou prejuízo de R$ 37 milhões no período, ante lucro de R$ 16 milhões nos três primeiros meses de 2011.
As ações da siderúrgica venceram o dia em queda de 0,34% para os papéis ordinários, cotados a R$ 17,54 às 17h53, no fim do pregão, e de 0,54% das ações preferenciais (R$ 11,30). A Usiminas Mecânica, por sua vez, está na fase final de um trabalho de avaliação de seus negócios pela nova diretoria, que o argentino Julián Eguren comanda há pouco mais de dois meses. Os estudos serão concluídos em 20 dias. “São negócios com retorno interessante, sobre o capital relativamente baixo empregado neles. Eles agregam valor aos produtos da siderurgia”, disse Sérgio Leite.
O plano para recuperação da companhia não ficou claro no encontro com os analistas, que ouviram o presidente destacar algumas medidas, como dar continuidade a um intenso programa de redução de custos e investir pesado no atendimento a clientes para a empresa retomar mercados perdidos para os concorrentes. Outra linha de ação enfatizada por Julián Eguren é o aproveitamento de sinergias com a controladora Ternium, grupo ítalo-argentino, que tem forte presença na América Latina.
Eguren reconheceu a gravidade da situação da companhia. “Depois de algum tempo à frente da Usiminas, hoje podemos comentar com mais conhecimento. A Usiminas está em situação difícil e complexa e os números não negam”, afirmou. O cenário mundial, segundo o executivo, mostra recuperação lenta e limitada, e no Brasil, o quadro se agrava com apreciação cambial, avanço da participação de aço importado e o alto custo da produção.
O aumento de 13% das vendas de janeiro a março ainda não refletiu em crescimento de receita e no lucro, mas as expectativas são favoráveis, de acordo com Ronald Seckelmann, vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Usiminas. A seu favor, a companhia conseguiu reduzir os custos da tonelada de aço produzida em 6,5% no primeiro trimestre frente os últimos três meses do ano passado.
E com a integração com a Ternium, as exportações da Usiminas cresceram 31% e tendem a melhorar a sua performance em mercados, como a Colômbia, Venezuela e no México. No mercado brasileiro, o vice-presidente comercial, Sérgio Leite, disse que a expectativa é de aumento de 4% a 5% do consumo e de redução das vendas de aço importado.
O presidente da Usiminas ponderou ainda que a empresa não chegou ao ponto de colher os frutos do plano de investimentos. “Os investimentos vão permitir à Usiminas participar dos mercados de produtos de maior valor. Dessa forma, a Usiminas vai se de diferenciar de outros produtores”, argumentou Eguren. A siderúrgica mantém plano de inversões de R$ 2,5 bilhões neste ano.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário