quarta-feira, 25 de abril de 2012

ipatinga / USIMINAS






Queda no lucro leva Usiminas a corte de custos e de pessoal

Siderúrgica, que deve dispensar trabalhadores diretos para reduzir custos, descartou investimento em pelotizadora



Após registrar lucro líquido negativo no primeiro trimestre deste ano, a Usiminas vai intensificar o processo de redução de custos, com enxugamento expressivo no quadro de funcionários e corte de investimentos.

Dos trabalhadores diretos da companhia, as demissões seriam de cerca de 300, de acordo com o sindicato que representa os trabalhadores da siderúrgica, número que pode subir, já que o próprio diretor de finanças da Usiminas, Ronald Seckelmann, reconhece que o os cortes serão majoritariamente nos trabalhadores indiretos.

A empresa descartou o investimento já anunciado em uma pelotizadora, orçada inicialmente em cerca de US$ 1 bilhão, e que seria erguida em Minas .  “A Usiminas se encontra em situação difícil e complexa”, disse ontem o presidente da siderúrgica, Julián Eguren. Neste período, a empresa conseguiu reduzir em 6,5% o custo por tonelada de aço produzida e credita isso a fatores como menor preço dos insumos e menor intensidade de mão de obra.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga (Sindipa), deputado Luiz Carlos Miranda, a empresa neste ano homologou 80 demissões e ainda vai desligar mais 250 trabalhadores diretos. “A empresa, nos últimos quatro anos, teve administrações desastrosas. Esses cortes fazem parte de uma reestruturação”, disse.

Ele explicou que o setor de manutenção da Usiminas, com cerca de 1.600 funcionários, foi transferido nos últimos anos, por estratégia de gestão, para a Usiminas Mecânica, um braço do grupo no setor de bens de capital. A nova administração optou por voltar com esses trabalhadores para a Usiminas, mas desse volume, apenas 1.100 serão aproveitados, 80 foram demitidos, outros 250 ainda serão desligados e a outra parcela tem o futuro incerto. Miranda afirmou que a empresa ainda não comunicou ao sindicato a dimensão do corte dos terceirizados.

O plano de construir uma unidade de pelotização para agregar valor ao minério, também não faz mais parte do planejamento. “Hoje para a Usiminas, pelotizadora não está nos planos, nem com participação (entraria como sócia), nem de nenhuma maneira”, afirmou o presidente Julián Eguren. A previsão era de uma pelotização com capacidade anual de 7,5 milhões de pelotas de minério de ferro ao ano. Procurada, a Usiminas não se posicionou sobre o assunto.


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